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A importância de brincar no desenvolvimento infantil

Plan Toys | 4127 | Mikado de madeira

Brincar é uma atividade essencial para o desenvolvimento infantil e é um direito das crianças, proclamado no sétimo princípio da Declaração dos Direitos da Criança (1959):

“A criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a actividades recreativas, que devem ser orientados para os mesmos objectivos da educação; a sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o gozo destes direitos.”

Através das brincadeiras as crianças exploram o ambiente à sua volta, desenvolvem a sua própria identidade e desenvolvem as suas competências físicas, sociais, emocionais e cognitivas.

Segundo o artigo “The Power of Play: A Pediatric Role in Enhancing Development in Young Children” publicado na revista Pedriatics, “Os benefícios de brincar são extensos e estão bem documentados e incluem melhorias no funcionamento executivo, linguagem, capacidades matemáticas iniciais (numerosidade e conceitos espaciais), desenvolvimento social, relação com os pares, desenvolvimento físico e saúde”.

Brincar oferece à criança a primeira oportunidade para se exprimir de forma simbólica, exprimindo as suas emoções, dando oportunidade aos adultos de as compreenderem e de terem acesso ao seu mundo interior. Não é por acaso que o brincar é um instrumento essencial para quem trabalha em psicologia infantil ou em pedopsiquiatria.

E a participação dos pais nas brincadeiras, não só estreita os laços afetivos com as crianças como também aumenta o seu nível de interesse e motivação. Por isso, sempre que vos seja possível, brinquem muito com os vossos filhos. Dessa forma, estão a promover o seu crescimento feliz e saudável!

Benefícios de brincar

Partilhamos alguns dos benefícios de brincar no desenvolvimento infantil:

Desenvolvimento de competências cognitivas

Brincar ajuda no desenvolvimento cognitivo, pois permite que as crianças aprendam novas competências, como resolver problemas, desenvolver a imaginação, a memória, a atenção e a criatividade.

Ler uma história, brincar com bonecas ou construir uma torre é um desafio para a criatividade e imaginação da criança.

Em determinadas brincadeiras e jogos, as crianças deparam-se com problemas que têm de ser resolvidos para que as mesmas prossigam, o que as obriga a pensar e a raciocinar para encontrar uma solução.

Várias atividades exigem capacidades de concentração, paciência e estratégia. Por isso, é tão importante estimular brincadeiras como puzzles, jogo da memória, torres de blocos e outras que trarão benefícios para o futuro. 

Desenvolvimento de competências emocionais

Brincar ajuda as crianças a desenvolverem competências emocionais, como auto-controlo, empatia e resiliência.

Quando perde um jogo com um colega, ou o grupo de amigos não quer brincar àquilo que sugeriu, a criança tem de saber lidar com a frustração que daí advém. E só o consegue se se adaptar às circunstâncias. Desta forma, vai tornando-se mais resiliente, pois aprende a lidar com as suas decepções e, assim, enfrentar as adversidades.

Ao brincarem, os mais pequenos estão também a prevenir doenças como a depressão.

Num estudo realizado pela Universidade de Montreal, Canadá, 25 rapazes e raparigas de 7 a 11 anos fotografaram e falaram das suas brincadeiras favoritas. Para elas, brincar é uma oportunidade de experimentar felicidade, combater o tédio, a tristeza, o medo e a solidão.

Desenvolvimento de competências físicas

Jogar à apanhada, às escondidas, aos polícias e ladrões ou mesmo ao jogo da macaca são exemplos de brincadeiras que exigem atividade física. Brincar nestes moldes ajuda a prevenir o excesso de peso, além de ter vantagens para o sistema imunitário, endócrino e cardiovascular.

É importante estimular atividades com atividade física para que as crianças se movimentem, desenvolvam a psicomotricidade e combatam o sedentarismo. Além disso, a convivência com a natureza ajuda a reduzir a obesidade, o déficit de atenção, a hiperatividade e a melhorar o desempenho escolar.

Ao brincar, as crianças estão também a conhecer o seu corpo e a perceber as suas limitações. É importante manter um ambiente seguro para que a criança brinque, mas é também essencial que tenha liberdade para descobrir o mundo a andar, a correr, a cair, a tropeçar e a desequilibrar-se. Desta forma, as crianças aprendem a conhecer melhor o seu corpo e a entenderem quais os seus limites.

Desenvolvimento de competências sociais

Brincar em grupo ajuda as crianças a desenvolverem competências sociais, como a comunicação, o respeito, a cooperação e o trabalho em equipa.

Enquanto brincam com familiares e amigos, a criança é obrigada a interagir com estas pessoas. Esta interação ajuda a criança a aprender a ouvir, a partilhar, a respeitar e até mesmo a entender as diferenças das outras pessoas comparativamente consigo.

Ao lidar com as regras e limites das brincadeiras, a criança aprende a ouvi-las e a respeitá-las e, utilizando-as em conjunto com os outros, aprende onde começam os seus limites e os dos outros, um fator essencial para se viver em sociedade.

Ao brincar com os colegas, também existe, quase sempre, a necessidade de resolver problemas, como, por exemplo, na definição das regras de um novo jogo. Tal implica negociação com os seus pares, situação que vai repetir-se ao longo da vida.

A capacidade de interagir e relacionar-se com outros adultos e crianças faz com que esta pense e aja como parte integrante de um grupo. Um simples jogo de futebol entre crianças, pode ter um grande impacto na sua capacidade de interagir e trabalhar em equipa.

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